sábado, 29 de novembro de 2008


Amadorismo no Olha Você
Ousadia e instabilidade são palavras, que caminham unidas no SBT. O empresário e apresentador Sílvio Santos estruturou pessoalmente a revista vespertina Olha Você. No casting de estrelas a modelo e ex-repórter do Vídeo Show – Globo, Ellen Jabour, o jornalista e ex-âncora do Esporte Espetacular – Globo Alexandre Bacci, a veterana apresentadora Claudete Troiano e o renomado cozinheiro Francesco Tarallo. Para atuar no make-off profissionais renomados da Rede Record. Nos veículos de comunicação antes mesmo da estréa a comparação com o Hoje em Dia – Record foram constantes, porém depois da estréa é possível perceber, que de semelhança elas só têm em números de apresentadores.
No ar há quatro meses, os profissionais dão um show de amadorismo. Nos primeiros dias bem que foi tentado uma cópia mais enxuta do Hoje em Dia – Record, o que mesmo para quem não entende nada de televisão é inviável. Primeiro o tempo em vídeo, a revista da Record possui mais de três horas de exibição, tempo suficiente, para dar destaque a cada um dos apresentadores. Esta é sem dúvida uma das maiores complicações da revista do SBT. Apresentadores veteranos, dividindo espaço com novatos, a briga pelo destaque, reforça falta de respeito, não entrosamento e atropelamento para falarem. Segundo, o público, que no caso do SBT o peso é a classe C, e da Record é a D e E, fica mais que evidente, que produziam para o público errado, além de que a faixa etária e o sexo devem ser levados em questão.
Há alguns dias Ellen Jabour deu um mega show de inexperiência. Chegou quinze minutos atrasada, por causa da chuva e do transito de São Paulo, no encerramento se colocou a frente de todos, para mandar um beijo para meio mundo, porém Troiano chamou-lhe atenção, a modelo não gostou e saio do estúdio com os créditos ainda em andamento. Troiano é a experiência em sobra por lá, a apresentadora que já comandou diversos segmentos de atração, sente dificuldades em dividir espaço, e acaba por atropelar os colegas, porém mostra firmeza em vídeo, perguntas maduras e uma condução balanceada dos assuntos.
O jornalista Alexandre Bacci ainda não se encontrou na atração. As perguntas feitas nas entrevistas são muito simplórias, e não há emissão de opinião e a leitura fica nítida. Tarallo é um belíssimo amador, na cozinha revela um brilhantismo apurado para o segmento, mas na TV o seu talento não está há altura, o chef lê as notícias no GP, não se mostra a vontade no vídeo, o que lhe fica evidente certo ar de timidez.
A revista obteve uma estrutura de ponta, a produtora executiva mesmo em off se mostra esforçada, pois busca assunto muito interessantes, para as pautas, e zela para colocar no ar produções impecáveis. O grande problema está na direção e parte técnica. A atração não têm um segmento pré-definido, ou melhor, até têm, mas nunca é cumprido. Logo na abertura o público toma par dos assuntos, que serão abordados, mas na grande maioria não há uma divisão do tempo, o que culmina por muita coisa ficar fora do ar. Sendo assim está mais, que na hora de moldar as boas vindas com o público. A equipe técnica deve atentar melhor na edição sonora, como desligar microfones de quem não faz o uso da palavra. Outro ponto, que deve ser levado, em conta é a participação de todos num esquema de pré-produção, onde os apresentadores tomem conhecimento do que será abordado, bem como um contado mais direto e menos formal com os entrevistados.
Segundo afirmações dá imprensa os apresentadores da revista não se dão muito bem. É certo que o entrosamento deles é pífio, mas o problema estende-se estúdio adentro. Uma solução viável séria distribuir os dias de apresentação, ou seja, cada apresentador assumia um dia da semana. Assim cada um deles teria o seu momento maior, e como a área de que provêem estes profissionais são distintas, as pautas seriam diversificadas. E o melhor haveria uma guerra pela melhor audiência, entre eles mesmos, o que exigirá um movimento dá produção, um fomento na qualidade das matérias abordadas. O público sai ganhado, os apresentadores adquirem prestígio e o SBT lucra. É válido lembrar, que se a produção não se mexer e encontrar uma solução viável para a audiência crescer, atrair anunciantes e ocupar a segunda posição, sairão do ar. E é bom se movimentarem rápido, antes que o dono do baú acione o botão desligar, afinal paciência tem limite e num casos deste, poupa dinheiro.

Nenhum comentário: